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22/04/2020Raquel Machado
Não só o Brasil, mas o mundo tem se polarizado politicamente. É normal (1) a saliência de ideias diante do ataque a valores que se considera relevantes, como se o indivíduo precisasse intensificar as próprias opiniões para não sucumbirem. Nesse espadachim ideológico, esquerda e direita se acirraram, e ao mesmo tempo em que se habilitam a agredir mais, parecem mais suscetíveis a ataques.
Os governos eleitos nesse cenário, representantes geralmente de um dos polos ideológicos, sujeitam-se à observação dos jornalistas que em suas narrativas fazem relatos críticos ou elogiosos, dificilmente neutros. Assim como tem-se elevado a polarização ideológica, intensificou-se a qualificação da mídia como tendenciosa, na tentativa de desacreditá-la, destaca em artigo publicado no site Focus.jor a advogada Raquel Cavalcanti Ramos Machado, membro da Academia Brasileira de Direito Político e Eleitoral (ABRADEP), mestre em Direito pela UFC, doutora em Direito pela USP, professora de Direito Eleitoral e Direito Administrativo da UFC e Visiting Research Scholar da Wirtschaftsuniversität, Viena, Áustria.
Não discutirei a fundo aqui a veracidade do pensamento de que a mídia é tendenciosa. Deixarei isso para um outro texto, até porque a própria definição de tendenciosa pode ser, em si mesma, tendenciosa. Às vezes, precisamos acolher alguns argumentos para tensioná-los e testar se justificam a prática de determinadas atitudes, ou algumas conclusões racionais.