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15/06/2022Em duas das 12 plataformas autorizadas pelo TSE a fazer financiamento coletivo, há mais de 500 nomes de todos os espectros políticos inscritos
Pré-candidatos, da esquerda à direita, têm aproveitado a pré-campanha para lançar vaquinhas virtuais com o objetivo de mobilizar o eleitorado e colocar o “bloco” nas redes sociais. Em somente duas das 12 plataformas autorizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já são mais de 500 pré-candidatos com campanhas de financiamento ativas, com arrecadação de cerca de R$ 700 mil até a última sexta-feira.
Na Democratize, da rede de contabilidade eleitoral Essent Jus, o montante arrecadado já é três vezes maior que o do mesmo período de 2018. Ao todo, 390 pré-candidatos em 26 estados movimentaram até o momento R$ 500 mil. Mais de 70% das doações é feita com pagamento por PIX, uma novidade nas transações eleitorais deste ano. Já as 168 campanhas virtuais no ar na plataforma Vaquinha Eleitoral somam mais de R$ 200 mil.
CEO da Essent Jus e membro da ABRADEP, Guilherme Sturm, avalia que a procura pelo financiamento coletivo não está ligada apenas à expectativa de arrecadação:
— É uma maneira de começar a divulgar a pré-campanha na internet com mais segurança jurídica. É também uma oportunidade para validar a base de apoio. Uma coisa é prometer apoio, outra é colocar grana.
Luciano Antunes, CEO da Vaquinha Eleitoral, também vê a estratégia como explicação para a alta demanda pelo serviço:
— Com a campanha, os pré-candidatos já podem colocar seu bloco na rua, antecipar sua exposição de ideias e propostas. A vaquinha tem duas finalidades claras: arrecadação e engajamento.
Esta será a terceira eleição com em que o financiamento coletivo (crowdfunding) poderá ser usado como forma de arrecadar recursos para as campanhas. É também o pleito que terá o maior fundo eleitoral destinado aos partidos: R$ 4,9 bilhões — em 2020, foi de R$ 2,034 bilhões. A expectativa entre as plataformas é que o uso do crowdfunding cresça ao longo do pleito pela segurança que fornece na identificação de doadores para a prestação de conta com a Justiça Eleitoral. Outro chamariz é o modelo de microarrecadação, com pequenas doações.
Os recursos arrecadados só poderão ser usados quando a candidatura for oficializada. Se ela não se efetivar, o dinheiro deve ser devolvido. Não é permitido usar plataforma para pedir votos.