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Num território em que larga atrás dos seus adversários na corrida pelo Executivo paulista em 2024, o prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), reforçou sua presença nas redes sociais nos últimos meses com vídeos, coberturas em tempo real de agendas e hashtags na tentativa de se tornar mais conhecido e ganhar terreno na trincheira virtual. Enquanto Nunes tem 429 mil seguidores no Instagram, por exemplo, seu principal concorrente, o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, acumula 2,2 milhões. Já a deputada Tabata Amaral, nome do PSB ao posto, tem 937 mil.
A estratégia de fortalecer as redes foi tomada depois que o partido e os responsáveis pela comunicação de Nunes identificaram uma dificuldade da população de reconhecer quem era o prefeito e de vincular as obras do Executivo municipal a ele. Na tentativa de humanizá-lo, as peças mostram Ricardo Nunes em momentos descontraídos com a família, além de agendas de trabalho dele, como entrega de obras a visitas oficiais. Os posts enfatizam o nome do político, em vez de “prefeitura de São Paulo”.
Num vídeo do último dia 10, Nunes se apresenta aos seguidores com seu nome completo, cita seus pais, mulher, filhos e neto, reforçando a imagem de “trabalhador” e “filho da periferia”. “Sou cristão e palmeirense de coração. E me considero uma pessoa humilde, trabalhadora, visionária e empreendedora”, escreveu.
Em algumas oportunidades, Nunes adota tom bem-humorado, como uma foto tocando guitarra, já em outros, mostra “bastidores” das agendas, com interações com sua equipe. O prefeito também deixou de usar a hashtag que citava a gestão do ex-prefeito Bruno Covas, de quem foi vice, substituindo-a pela menção por #PrefeitoRicardoTrabalho.
No início deste ano, Nunes contratou o marqueteiro Duda Lima, que trabalhou com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Desde então, reforçou a exposição nas inserções locais e nacionais do MDB na TV. Pesquisas recentes, como a do Datafolha mostram Nunes com 23% de aprovação, o que foi recebido com entusiasmo pelo prefeito e aliados.
De acordo com a advogada Viviane Macedo, da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), nos perfis pessoais dos gestores pode haver promoção pessoal, desde que não seja patrocinado com recursos públicos. Já nas páginas oficiais do governo é diferente: é permitida a publicidade institucional, que inclui a divulgação de programas de governo, obras, campanhas, mas sem promover o nome do gestor.
O GLOBO identificou perfis oficiais de subprefeituras no Instagram que compartilham a hashtag #PrefeitoRicardoTrabalho e vídeos que promovem Nunes. Postagens do tipo foram feitas nos perfis das subprefeituras de Sapopemba e Vila Prudente e na página da secretaria de Turismo. Após a prefeitura ser questionada, a publicação da pasta foi apagada. Em nota, a prefeitura disse que as redes sociais de Nunes “são de responsabilidade da equipe que o acompanha desde o ingresso na vida pública e remuneradas pelo partido”.
Os outros pré-candidatos a prefeito também têm usado seus perfis nas redes sociais para se posicionar, atacar o atual prefeito e mostrar suas plataformas políticas. A deputada federal Tabata Amaral (PSB) passou a usar as plataformas com maior frequência. Já Guilherme Boulos (PSOL) recorre às redes para conversar com os paulistanos: apesar de ser deputado federal, boa parte das publicações é focada na capital e em críticas a Nunes.