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14/06/2021Nas últimas eleições, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apostou em parcerias com as plataformas e instituições no combate à desinformação. Com base nessas parcerias, por exemplo, o tribunal tinha um canal direto com o WhatsApp para envio de denúncias de disparo em massa.
Para Aline Osorio, membro da ABRADEP, secretária-geral do TSE e coordenadora do Programa de Enfrentamento à Desinformação, as parcerias foram bem-sucedidas e devem ser ampliadas no ano que vem, incluindo maior transparência por parte das plataformas.
Como avalia os resultados da estratégia de combate à desinformação adotada pelo TSE nas eleições de 2020?
Eu acho que o programa, ele foi muito bem sucedido, porque a gente teve uma estratégia multissetorial. Então, abrangendo várias áreas do conhecimento, mais de 50 parceiros, que cada um nas suas áreas de expertise ajudavam a disseminar esse conhecimento, a forma de combater a desinformação.
Por exemplo, as plataformas nas suas respectivas redes, os checadores de fatos, a partir da checagem dos conteúdos duvidosos durante o pleito, e uma série de instituições de ensino, de pesquisa, que também participavam desse processo e ajudavam a multiplicar as checagens realizadas e todo o conhecimento produzido pelo TSE.
E como que a gente percebe que o programa foi bem sucedido? Primeiro porque cada incidente a gente tinha um protocolo, um fluxo de resposta, com resultados rápidos, uma parceria muito importante com as plataformas, que também geraram respostas rápidas do lado das redes sociais.
A sra. mencionou que teve uma resposta rápida das redes sociais. A agência Fiquem Sabendo disponibilizou uma planilha com os links que foram enviados pelo TSE às plataformas e muitos deles ainda estão no ar. Como avalia a transparência das plataformas em relação aos critérios de moderação de conteúdo?
Nós não medimos o sucesso das ações junto às plataformas pela remoção do conteúdo, pelo contrário, eu acho que é importante, e esse tem sido o nosso trabalho junto às plataformas, que haja uma série de ações e que a remoção do conteúdo seja, digamos assim, a última medida e que há outras como a redução da viralização, a desmonetização. O que a gente tem trabalhado muito são as etiquetas de alerta ou de checagem, que enviam o eleitor a refletir sobre aquela notícia.
E nos casos em que não houve nenhuma dessas medidas, teve algum retorno das plataformas ao TSE? Teve algum tipo de relatório com o que foi considerado em cada caso? Isso tudo varia de plataforma a plataforma. Em alguns casos, nós tínhamos reuniões mensais em que as plataformas proviam feedback.
O Tik Tok tinha essa política de grande transparência no feedback do que estava viralizando, de quais foram as medidas tomadas. Em outros casos, a gente recebia uma resposta de que a publicação foi analisada e não violava as políticas da comunidade, para fins de retirada, então, sem um feedback sobre as outras medidas de redução de viralização.
Mas a gente, na medida do possível, cobrava uma resposta, e o grau de transparência e de detalhamento das informações sobre os nossos pedidos variava de plataforma a plataforma.